FALSO BRILHANTE
Um príncipe bateu a minha porta, eu que já não esperava por mais ninguém percorri os corredores lentamente aprisionada estava com as correntes do passado, perdia a cada dia a esperança de ver novamente aquela porta aberta quando senti que a tocaram votara novamente a esperança.
As trancas eram pesadas, HESITEI, perguntei-lhe a vinha, foi me contando sua estória, olhava pelas frestas, tinha a voz mansa, firme me dava segurança.
Apesar de estar trancafiada me sentia insegura, HESITEI.
Seu cheiro foi entrando inundando o castelo, inebriada levantei a primeira tranca HESITEI, tentei voltar, afastei-me da porta ,seus dedos passaram pelo pequeno buraco HESITEI.
Senti tua pele, ruborizei tinha a sensação de desfalecimento, meu corpo tomado em brasa.
Abri a outra tranca ,seu braço entrou todo.
Toquei-lhe ainda mais sabia que já não poderia resistir.
As sete trancas foram se abrindo ,sendo puxadas por uma força desconhecida, a porta escancarou fitei-lhe o rosto cansado. Tomei-lhe nos braços enquanto acariciava, ele tirava as correntes do passado que envolvia meu corpo.
Antes que o levasse para os aposentos conte-lhe sobre o peso da corrente, ele me falava sobre o peso e o cansaço da viagem.
Prepare-lhe o primeiro aposento o restante do castelo ele foi conhecendo e tomando conta , apesar de não modifica-lho espalhou seus objetos e roupas pela casa.
Um dia me contou do que fugia, da falta de carinho das incertezas do coração.
Porém enquanto fugia encontrou um viajante que como ele procurava algo semelhante.
Decidiram o pacto da troca das selas de seus cavalos.
Os dias foram passando e já senhor do castelo possuidor de suas riquezas, sabedor que poderia até desvendar o segredo do fim da escada que levava a torre secreta voltou decidido .Chorando colocou-me uma nova corrente menos pesada menos trabalhosa e olhando para trás foi em busca de sua sela eu nada falei mais do que havia lhe dito.
Fiquei parada com a porta aberta olhei para meus pés, agachei-me e comecei a chorar.
As lágrimas foram lubrificando e me ajudaram a desatar os nós da corrente.
Fitei então a estrada, o horizonte me chamava para ultrapassar sua linha sem cair.
Peguei todas as correntes do passado e antes de enterrá-las ou lançá-las a correnteza do rio perdoei-as afinal saber do peso delas me ajudou a desatar os nós da ultima corrente. Minha porta continua aberta.
Diva Luz/94