Esta passagem ofereço a vc. Maria Luiza Maia que me amou do seu jeito.
A mulher das broas
Ela fazia broas como ninguém,amassava com as mãos delicadas a mistura de água.farinha e fermento.O cheiro desta alquimia atravessava montanhas despertando até os mais insensiveis.
Mergulhei neste rastro de odores e embrenhei-me na selva espessa.outros seres seguiram-me, á procura de tal magia.Bati á porta.Abriu-me com uma das mãos e com a outra segurava o avental contendo farinha,era como se estivesse a minha espera.Com gentileza levou-me a cozinha e sem desgrudar os olhos de mim colocou em cima do fogão de lenha uma chaleira com água.O chá ficou pronto em segundos,foi posto lado a lado de uma broa fresca e quente.
Sentou0-se a minha frente como quem tinha todo o tempo para ouvir a minha estória. a narrativa foi longa,entre soluçoes e goles de chá para aliviar a garganta seca.Seu olhar era apreensivo,por;em calmo.Talvez nem se lembrasse mais daqueles detalhes da estória,ou talvez não as tinha vivido daquela maneira.A chaleira esvaziou, a broa intocada ainda causava odores.
Levantei-me decidida a ir embora.arrependida de ter vindo.Ela ,que imóvel ,perplexa nada falou,levantou e com uma espátula cortou um pedaço de broa.Nada mais tinha a me oferecer.
Diva Luz/97
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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